Policiais federais da Bahia lamentam saída de Moro e Valeixo, e reafirmam posição de autonomia técnica da PF


O Sindicato dos Policiais Federais da Bahia (SINDIPOL-BA) lamenta o pedido de demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e também a exoneração do Diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, mas acredita que as mudanças não vão afetar a normalidade do trabalho investigativo criminal da corporação.

Assim como a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), o SINDIPOL-BA entende que havia uma situação de tensão que se arrastava desde 2019, com o anúncio de sua possível saída. Ainda assim, Valeixo manteve seu compromisso com os policiais federais até sua exoneração.

Independentemente de quem ocupe o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Direção-geral da PF, a Polícia Federal precisa manter sua linha de autonomia técnica nos trabalhos e investigação.

A Fenapef e o SINDIPOL-BA sempre defenderam que a Polícia Federal é uma polícia de Estado e não de governo e, por isso, acreditam e defendem que jamais a instituição deve ser atingida por interferências políticas.

Para o presidente da Fenapef, Luís Antônio Boudens, o presidente da República tem o direito de fazer alterações em sua equipe, mas “isso não significa - e garantimos que não irá ocorrer - qualquer tipo de interferência nas investigações criminais da Polícia Federal”.

“Seguimos basicamente a linha de orientação da Fenapef. Entendo que o momento é delicado. Não tem e nem deve ter espaço para qualquer intromissão política de qualquer jeito, do ponto de vista da técnica de investigação criminal. Ninguém que tente tal medida, que avance nessa direção, vai conseguir bons resultados”, disse José Mário, presidente do SINDIPOL-BA.

Os quase 15 mil policiais federais, assim como toda a sociedade, esperam que as mudanças realizadas nesta sexta-feira (24) não alterem os valores e a missão da Polícia Federal.


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