“Roberto Jefferson queria desfecho que o fizesse de mártir”, diz presidente do sindicato da PF-BA


Em entrevista à Rádio Metropolenesta segunda-feira (24), o presidente do Sindicato dos Policiais Federais da Bahia (Sindipol-BA), José Mário, falou sobre os ataques feitos pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) contra uma equipe da Polícia Federal na manhã do último domingo (23). Para o representante da categoria, o desfecho esperado pelo ex-presidente do PTB era um “cenário que o colocasse como mártir” e tivesse efeitos no cenário político atual.

“Aconteceu um processo de absoluta agressão, em que queria-se, com um expediente desse, com certeza, algum tipo de desfecho que viesse a fazer alguém de mártir. Se nós levássemos em consideração a forma como houve a reação à abordagem policial, queria-se, talvez, algum propósito que fosse para além de uma mera reação em termos de domicílio onde mora. Poderia ter algum tipo de implicação, de provocação, de intuito de natureza política. Isso não pode ser descartado”, afirmou José Mário.

O presidente do Sindipol-BA chamou atenção ainda para o fato de existirem várias pessoas dentro da casa do ex-deputado durante o ataque, o que poderia ter levado a um desfecho trágico. Para José Mário, era preciso cuidado no momento, "já que qualquer baixa em uma intervenção policial envolvendo uma personalidade política poderia ocasionar implicações mais sérias na configuração política". 

“Se fosse um bandido, para ser abatido era rapidinho rapidinho. Era, talvez, isso que ele mais queria, para se fazer na figura de mártir”, afirmou. 

Sobre a performance das equipes da PF, o presidente do sindicato avaliou como positiva, no sentido de não dar espaço para que os ataques de Jefferson ganhassem força como a defesa de um ideal.

“O que foi feito não poderia dar mais espaço para que ele viesse a ser dado como um elemento que estava resistindo por um ideal libertário, por conta de um ideal em termos de política e república. Ou seja, ele é um inseto do ponto de vista da política e precisa ser colocado nesse canto. E nesse sentido, as ações que foram feitas para debelar esse palanque foram todas bem sucedidas”, afirmou José Mário.

O presidente do sindicato dos policiais federais da Bahia comentou também sobre a atitude de um agente filmado conversando com Roberto Jefferson após a rendição. Nas redes sociais, chamou atenção o tom amigável e as risadas no encontro. Para José Mário, o colega estava demonstrando calma e empatia, conforme é orientado em seu treinamento de gerenciamento de crise. 

Fonte: Metro1

Foto: Metropress


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